Eu
queria muito ser um pouco menos chorona, insegura, louca, teimosa.
Queria muito ser menos. Diminuir, abstrair, absorver, controlar. Não consigo,
eu sou muito mais. Demais, mais, mais, mais... Eu tento abraçar o mundo ao
mesmo tempo, a toda hora, passando da conta. Quando me percebo estou lá: com a
pontinha do pé, na beira do abismo, pronta pra ser engolida pela crua e real
realidade. A minha realidade é que eu sou exageradamente
passional. Quando quero, eu quero muito. Quando eu choro, eu choro muito.
Quando me decepciono, eu me decepciono muito. Meu Deus queria um pouquinho, só
um pouquinho ser menos, para deixar de dar minhas lágrimas de bandeja por aí.
Chega dessa dor no estômago, desse soco imaginário bem lá na boca do estômago.
Me deixa ser menos, porque eu não consigo mais ver minhas vontades, meus sonhos
irreais, ultrapassarem os meus limites e me levarem junto, para depois me
jogarem lá de cima, sem dó nem piedade.
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