Eu tenho um problema, se é que podemos chamá-lo assim: eu crio expectativas. Sobre tudo, absolutamente tudo. Resultado: decepção. Sou assim: completamente dependente das minhas expectativas loucas e inquestionavelmente sentimental.
São sentimentos que afloram do nada. Vontade de abraçar o mundo com as pernas, sendo que minhas pernas - coitadas - não conseguem abraçá-lo um terço. Alimento qualquer sinal de luz no fim do túnel. Alimento expectativa no sorriso alheio e, sabe, sorriso alheio é algo que deveria ser real. E assim caminho: Juntando sempre, cada caquinho meu espalhado por aí. Cada caquinho que se quebra quando algumas dessas milhares de expectativas acerca de mim, acerca de tudo, não se concretizam.
Expectativa é um sentimento que nunca vem sozinho. Vem junto com os milhões de frios na barriga, mãos suando, telefones não tocando, os olhos não vendo, a maquiagem borrando, o suspiro na hora errada, a insônia eterna...
Viver assim é complicado, sabe? Ainda mais em um mundo completamente individualista como o nosso – como se tornou o nosso – cheio de gente querendo sempre ser correta, realista e insuportavelmente coerente. Pra mim, ser coerente é seguir essa intuição que paira no teu coração, que te indica o caminho. Não pensar como todo mundo, agindo como foi programado para você agir.
Calma aí! A vida é minha, a vida é sua. Eu estou aqui, estamos, para cair no abismo e sair dele. Com a força de Deus e estendendo a mão para que Ele nos tire de lá.
Sempre fui assim: Sonhadora. Sempre sonhei: Dormindo, acordada, na fila do ônibus. Sonho. Sempre. Criando expectativas que me alimentam, que me atropelam, me empurram para essa causa maior que chamamos de vida.