Às
vezes penso em dormir durante dias, e só acordar depois que as coisas estejam
em seus devidos lugares. Mas eu sei, que mesmo assim, elas não estarão. Esse
turbilhão de emoções me confunde, me faz ficar cega perante a realidade. Tento
mudar algumas coisas, ajeitar outras, mas parece que nada quer parar onde eu
coloco.
O
vento leva palavras que digo, a noite acalma meus ânimos, o frio congela minhas
lágrimas; mas lá no fundo, nada muda. As coisas continuam bagunçadas. Em meu
guarda-roupa guardo minhas felicidades, minhas tristezas, aquelas coisas que
nunca quero esquecer, e também, por incrível que pareça, aquelas coisas que um
dia eu jurei que iria esquecer.
Às
vezes eu não me entendo, mas será que realmente eu posso ser entendida? Não
sei. Essa é uma incógnita até para mim. Às vezes eu não sei quem sou, às vezes começo agir como se eu não fosse eu; como se houvesse algo ou alguém que não conheço
dentro de mim controlando-me.
Eu
gostaria de ser novamente aquela criança inocente de vários anos atrás. Onde eu
a coloquei? Eu me perdi no meio de mim. O mundo não é tão inocente como pensei
que fosse. Corações quebram, lágrimas escorrem, o amor esfria. Mas em uma coisa
eu estou quase acreditando: o que um dia mudou, nunca voltará a ser o que era
antes. Será?
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